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Mulher presta queixa após sua foto ser compartilhada em aplicativo como portadora de HIV



Uma mulher registrou queixa na polícia relatando que foi vítima de boatos espelhados através do aplicativo Whatsapp, em Salvador. De acordo com Juliana das Virgens, 28 anos, uma mensagem com sua foto informa que ela é portadora do vírus HIV e infectava pessoas nas ruas com uma seringa.
 
"As pessoas ligavam dizendo 'vou te pegar'. Eu não saio mais, não vou a festa, fico com medo", contou a vítima em entrevista ao G1.  Ela ficou sabendo do caso após ser informada por um amigo, e por conta do boato, teve que cancelar o número, já que a mensagem também divulgava seus contatos telefônicos.
 
O caso aconteceu no dia 2 de agosto, mas Juliana demorou em registrar a queixa porque precisou procurar o grupo especializado da Policia Civil para esse tipo de crime. "Fui em uma delegacia em Pau da Lima, quando cheguei lá o rapaz disse que eu não podia registar a queixa porque não tinha alguém para culpar e que eu precisava ir na Polinter [Polícia Interestadual], que lá funciona um setor especializado para esse tipo de crime".
 
Ainda esta semana a mulher prestará depoimento no Grupo Especializado de Repressão a Crimes por Meios Eletrônicos, na Coordenação da Polinter. O celular foi encaminhado para perícia para tentar encontrar os contatos que repassaram a mensagem.
 
Mas ela diz que apagou os contatos e cancelou a conta no app por causa do grande número de mensagens que recebia. A atitude pode atrapalhar a investigação, já que os contatos poderiam ser identificados com  quebra do sigilo de dados cadastrais através de ordem judicial.
 
Segundo o delegado Charles Leão, o coordenador do GME, o Marco Civil da Internet garante que providências legais sejam tomadas sobre pessoas que usam as redes sociais como meio de injúria.
 
"O problema é que, quanto mais demora, mas difícil fica [de identificar o autor]. Na política de segurança do WhatsApp, é informado que os dados só são guardados durante oito dias. Por isso, é preciso procurar imediatamente a polícia. A internet é muito volátil. Enquanto a denúncia não é feita, a Justiça fica de mãos atadas", afirmou.